Concessões do Terminal Pesqueiro de Camocim e do terminal de trigo serão as prioridades da Companhia Docas do Ceará para 2021
Mahyara Chaves comemora crescimento de 10% até outubro, o dobro da média nacional.
Foto: Edimar Soares
O Porto do Mucuripe deve fechar o ano com um índice de crescimento que é o dobro do registrado em outros portos públicos do Brasil. A presidente da Companhia Docas do Ceará – que também dirige a Associação Brasileira de Entidades Portuários e Hidroviários (Abeph) – Mahyara Chaves, comemora: “já crescemos mais de 10% na movimentação em relação a 2019, esperamos fechar o ano ainda melhor, e num cenário onde os portos crescem 5%”. “É um número bastante expressivo”, avalia. De acordo com a gestora, a carga que mais cresceu foi o trigo. “Somos o segundo no Brasil, só perdemos para Santos, que é o maior da América Latina. Também crescemos em granéis sólidos não-cereais, como minério de ferro, manganês, escória, que são commodities e tiveram um crescimento extraordinário, mais de 30%”.
Para 2021, o foco será acelerar os processos de concessões de áreas ociosas. “Provavelmente vamos ter no início do ano que vem a concessão do Terminal Pesqueiro de Camocim, o arrendamento do terminal de trigo e uma retroárea que vai ser destinada à área de combustível. Fora essas, esperamos a retomada da movimentação do Terminal Marítimo de Passageiros”, que chegou a receber até 40 navios em uma temporada.
A favor da tancagem
Um ponto polêmico levantado por Mahyara Chaves é a remoção do parque de tancagem de combustíveis, projeto esperado há décadas. São 100 mil m³ de combustível armazenados e o Pecém terá capacidade para 320 mil m³. Porém, para a presidente da Cia Docas, essa operação deve tirar a competitivade do Mucuripe. “Hoje a movimentação de combustíveis representa 35% da nossa receita, cerca de 60% do combustível consumido no Ceará vem da gente, mas 40% vem de fora, por caminhões”, pondera.
Competitividade
Mahyara alega que, além da perda de receita do porto, “o Ceará perde competitividade”, porque com tancagem nos dois portos, seria possível incentivar o transporte por cabotagem e baratear o preço do combustível, que aqui é o terceiro mais caro do País. “Há 30 anos a gente fornecia combustível para todo o Estado, hoje é praticamente pra Grande Fortaleza”, alega.
Interior do Ceará
“A gente deve sim manter a estrutura, fazer a tancagem no Pecém e juntos brigar pela movimentação para o interior do Estado. Temos portos vizinhos com tancagem 10 vezes maior e isso vai direto para o bolso do consumidor”, alega. Mayhara lembra que boa parte do interior é abastecido por caminhões oriundos dos portos de Itaqui (MA) e Suape (PE).
Fonte: O Otimista (Economia)
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